A Goio-en Vídeo inicia programação de encerramento de 2010 privilegiando o retrospecto da cultura audiovisual. Nos próximos dias 17 e 18 de novembro Passo Fundo terá a oportunidade de ver o melhor da produção documental, o trabalho autoral de um mestre do cinema e a força do cinema nacional representado por um fenômeno de bilheteria.
Para quem gosta de cinema a próxima semana terá no Teatro Municipal Múcio de Castro a exibição do documentário Terra deu, terra come na quarta-feira (17), às 19h30min. E na quinta-feira (18) na Praça Ernesto Tochetto, dentro do projeto Circo Sarau Brasil, acontece a exibição dos filmes Chico Xavier e O Garoto, a partir das 19h30min.
Circo Sarau Brasil na Praça Tochetto
O espaço plural da Praça Ernesto Tochetto sempre esteve carregada nas imagens e no desenvolvimento da Goio-en Vídeo – Mostra Audiovisual de Passo Fundo. E neste ano, a sessão especial de encerramento acontece no dia 18, a partir das 19h30min.
O Circo Sarau 2010 é patrocinado pela Petrobras e realizado pela Arte Brasil, empresa mineira que atua no mercado há sete anos, prestando serviço de consultoria de patrocínio, produção cultural e relacionamento estratégico com a sociedade. A Petrobras, maior patrocinadora da cultura brasileira, criou em 2003 o Programa Petrobras Cultural (PPC), abordando a cultura brasileira em suas mais diversas manifestações e segmentos.
Considerado uns dos criadores da linguagem cinematográfica Charles Chaplin construiu um legado que influencia até hoje pela forma e exposição de suas histórias. E a comédia dramática O Garoto (1921) conta a história de um bebê que é abandonado pela mãe que não tem condições de criá-lo e que é encontrado e criado pelo vagabundo. Conforme os anos se passam, o garoto e o vagabundo se tornam uma dupla perfeita, bolando diferentes esquemas para conseguir o dinheiro para seu sustento.
Na mesma noite a iniciação do cinema mundial e a afirmação do cinema nacional se encontraram. Com o filme Chico Xavier, uma das maiores bilheterias de 2010 que com apenas seis semanas em cartaz arrecadou R$28,1 milhões, se traduz a fidelidade do público brasileiro em ver ídolos montados pelo cinema, assim foi como foi Lula – filho do Brasil, Dois Filhos de Francisco, entre outros.
O filme de Daniel Filho é uma adaptação para o cinema que descreve a trajetória do médium, que viveu 92 anos desta vida terrena desenvolvendo importante atividade mediúnica e filantrópica. Fechava os olhos e colocava no papel poemas, crônicas e mensagens. Seus mais de 400 livros psicografados, consolaram os vivos, pregaram a paz e estimularam caridade. Para os admiradores mais fervorosos, foi um santo. Para os descrentes, no mínimo, um personagem intrigante.
Realidade performática – Terra Deu Terra Come
Grande vencedor do festival É Tudo Verdade 2010, Terra Deu, Terra Come traz ao espectador um filme de linguagem ao mesmo tempo simples e encantadora, que harmoniza forma e conteúdo com muita sensibilidade.
O documentário de Rodrigo Siqueira não expõe o que é verdade ou representação, fato ou invenção. Pedro de Alexina, que mora no Quartel do Indaiá, comunidade de garimpeiros na região de Diamantina, Minas Gerais, é um senhor octagenário e guardião das antigas tradições que os africanos trouxeram para a região no século XVIII.
Seu Pedro é um dos últimos conhecedores dos vissungos, cantos em dialeto “banguela” que eram usados no trabalho nas minas de ouro e diamante e também nos rituais fúnebres. Como uma das características principais dos vissungos destaca-se o fato de serem cantados em dialeto que mistura o português à língua banguela (ou benguela), e a uma fusão de outras línguas africanas também de matriz banto, correntes entre os escravos que garimpavam na região de Diamantina. O protagonista de Terra Deu… é o último cantador dos vissungos sanjoanenses (de São João da Chapada). Aos 81 anos, garimpeiro e trabalhador rural, Seu Pedro ainda guarda na memória alguns dos cantos que aprendeu na infância e quando trabalhava nas “faisqueiras” – como eram conhecidos os garimpos manuais.
Em ação articulada com a UNESCO, parceira do filme, a documentação audiovisual dos vissungos em Terra Deu… configura-se como iniciativa decisiva para o desenvolvimento das subsequentes ações de preservação da tradição oral afro-mineira.
Outro diferencial do filme está na sua estratégia de distribuição, tradicionalmente, os documentários brasileiros são lançados com pouquíssimas cópias e têm grande dificuldade de alcançar o público. Terra Deu… incorpora à sua estratégia de distribuição um parque exibidor alternativo que tem larga escala e capilaridade nas capitais no interior do país. Então a parceria entre VideoFilmes, 7Estrelo Filmes com o Programa Cine Mais Cultura – do MinC alcançará mais de 800 pontos em todo o país. Passo Fundo que é conveniado através do programa “Cinema no Teatro”, coordenado pela Sedec, se torna referência para os próximos lançamentos nacionais num circuito não-comercial que se forma em oposição aos 8% de salas comerciais espalhados pelo território nacional, onde a uma reduzida exibição das produções brasileiras.
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